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Ações para ficar milionário
Ações para ficar milionário

Seu primeiro passo para ganhar com as melhores small caps
Caro Leitor,
Seja bem-vindo a este primeiro passo do Guia Empiricus para garimpar as melhores
small caps da Bolsa brasileira. Esperamos que seja uma leitura divertida e, ao mesmo
tempo, de implicações úteis para seus investimentos.
Que estas páginas lhe sirvam de estímulo para ingressar num nicho de oportunidades
ignorado pela massa de investidores preguiçosos ou mal-informados.
Fora daqui, poucas pessoas se dão ao trabalho de estudar ações não-óbvias, enquanto
muitas reclamam do desempenho pífio do Ibovespa. Esses dois comportamentos são no
mínimo incoerentes, típicos da turma do amendoim.
Dentre as mais de 300 empresas listadas na BM&F Bovespa, há várias alternativas de
ganhos superiores ao Ibovespa - em alguns casos, dramaticamente superiores.
Jul.2014

Obviamente, elas não vêm de graça, nada vem de graça nessa vida. Temos que saber
mergulhar num mar agitado, selecionar as small caps mais promissoras, desviando dos
perfis nocivos de risco.
Se você já conhece nossas Ações Milionárias, este Guia o ajudará a compreender os
alicerces conceituais e as regras práticas que norteiam a carteira das dez pequenas
turbinadas.
Se você não conhece essa série, fica aqui o para ingressar numa jornada de grandes
aspirações. Temos o objetivo expresso de investir em pequenas empresas com potencial
para dobrar de valor num horizonte tangível.
Afinal, por que eu devo gostar das pequenas?
Em breve, vamos lhe mostrar aqui alguns dos racionais que empregamos para garimpar
as melhores ações fora do foco.
Antes disso, porém, gostaria de caracterizar melhor nosso universo de interesse, pois há
muitas definições vagas por aí sobre o que são small caps.
Em geral, nossas Ações Milionárias se baseiam em companhias cujo valor de mercado
não ultrapasse a casa dos R$ 2 bilhões. Dos dez papéis escolhidos para a série, sete
retratam empresas com market cap enquadrado nesse critério.
A esse respeito, devo confessar que não nutrimos um sentimento inato de altruísmo ou
comiseração pelas pequenas. Nossa simpatia por small caps não tem nada a ver com dó,
mas tem tudo a ver com o potencial de multiplicação de lucros.
Uma dada empresa com valor de mercado de R$ 360 milhões pode bem se transformar
num negócio de R$ 1 bilhão, fazendo seu investimento em ações quase triplicar de valor.
Já a marca famosa de R$ 360 bilhões de market cap dificilmente vai atingir R$ 1 trilhão
em poucos anos, pois a maior parte de seus ganhos de escala já se materializou,
enquanto os riscos de colapso do império aumentam.
Para citar exemplos reais:
+ Em 2008, Eztec era uma incorporadora praticamente desconhecida em Bolsa, com
lançamentos imobiliários em torno de R$ 500 milhões por ano. Na época, suas ações
perambulavam no intervalo entre R$ 2 e R$ 3. Cinco anos depois, os lançamentos

rondam o patamar de R$ 1,5 bilhão e a cotação já passou dos R$ 20. Se você tivesse
investido R$ 10 mil em EZTC3 em 2008, teria hoje mais de R$ 70 mil.
+ A sempre popular Petrobras viu suas ações fecharem 2008 ao nível de R$ 23,
alimentadas pelas tantas promessas de autossuficiência a partir do petróleo do Pré-Sal.
Se você tivesse investido R$ 10 mil em PETR4 em 2008, sairia hoje com por volta de R$
8 mil.
Estudamos atenciosamente o universo de small caps para não ignorar oportunidades
como a de EZTC, e para não cair no clichê de que toda empresa grande tem um perfil
de retorno confiável em longo prazo...
Mas se você só acompanha o Ibovespa, nunca ouviu falar dos méritos de Eztec, enquanto
Petrobras faz parte de suas preocupações diárias.
Entendendo o jeitinho delas
Quase toda autêntica small cap apresenta três características bem marcantes:
1) O preço das ações frequentemente se situa no intervalo entre R$ 1 e R$ 10,
tornando os lotes de 100 mais acessíveis ao investidor individual. E embora a cifra
nominal de uma ação não signifique por si só que ela esteja barata, às vezes prevalece
uma relação íntima entre o valor real e o nominal.
2) As pequenas costumam ter um giro financeiro restrito, liquidez não é o forte delas.
Para um investidor pessoa física e que não intencione manobras rápidas com o papel,
isso não é exatamente um problema. E a falta de liquidez pode se converter até mesmo
em vantagem se você fez a escolha dos fundamentos certos. Quando institucionais se
apaixonam por determinada small cap e decidem entrar num float restrito, suas ordens
de compra mexem substancialmente com o preço da ação.
3) Ações fora do foco podem ter performances bastante voláteis, especialmente no
curto prazo. Por mais perfeito que seja o casamento com o mercado, a trajetória de
valorização não deve ser esperada como linha reta e sempre ascendente. Uma nota de
rodapé no jornal pode fazer a ação variar dois dígitos, um boato de fórum também. Por
isso, não se desespere nem delire de alegria a cada variação percentual.

Não interessa para os tubarões
Por que os financistas sisudos, de terno e gravata, simplesmente não estão nem aí para o
universo de small caps?
Você já se perguntou isso?
Bancos de investimento sequer comentam sobre oportunidades em small caps, embora
sejam os primeiros amigões a abraçá-las quando essas empresas se tornam
reconhecidamente grandes.
Não parece estranho?
Para nós que conhecemos o motor das engrenagens do investment banking, é fácil de
entender. E como você pode imaginar, tem tudo a ver com dinheiro (no bolso dos
bancos, não no seu).
Empresas pequenas fazem deals pequenos, que não interessam aos banqueiros. Elas não
tomam empréstimos gigantescos em dólares para financiar uma mega-aquisição
internacional, nem fazem ofertas de ações bilionárias.
Comparadas com as enormes comissões dos engravatados da Faria Lima, pequenas
empresas não valem a pena.
Por isso os bancos de investimento acabam limitando sua cobertura às large caps, essas
sim comercialmente interessantes, e fáceis de tradear. Aí é que estão os milhões dos
profissionais de mercado.
Não sei se isso é mesmo melhor para eles, mas certamente é melhor para nós. Como
não estamos preocupados em intermediar deals com interesses indiretos, podemos nos
concentrar nos interesses diretos enquanto acionistas de uma dada empresa, por menor
que ela seja.
Nesse sentido, as obsessões da Faria Lima nos conferem uma vantagem formidável: a de
explorar nichos de informação.
Deixe-me explicar com um contra-exemplo. Imagine uma companhia popular como a
Vale, que conta com a cobertura de mais de 50 times de análise, entre brasileiros e
gringos. Cada espirro do Murilo Ferreira, cada tonelada de minério exportada para a
China está devidamente contabilizada em 50 planilhas de Excel. Com tantos holofotes
viciados, onde está nosso diferencial como investidores em VALE5?

Com as pequenas turbinadas, a gama de cobertura é completamente oposta. Nenhuma
das 50 equipes de research que compõem a elite da análise de ações está dando a
mínima para uma small cap brasileira. São raríssimas as pequenas que conquistam um
único analista interessado, quanto mais 50 deles.
Não é à toa que elas são chamadas de “ações fora do foco”, abandonadas nos cantos da
Bolsa sem qualquer nitidez.
Coitadinhas??? Eu que não vou lamentar.
Para nossa brava vocação bandeirante, nada pode ser mais convidativo. Por vezes, o mero
fato de saber que um pequeno negócio existe, tem executivos de primeira linha, está
ganhando market share e entrega resultados crescentes basta para perceber um desvio
lucrativo entre o valor intrínseco à empresa e o preço na tela do homebroker.
Sempre que nós analistas da Empiricus identificamos um desses desvios, desligamos os
computadores por alguns minutos, reunimo-nos no centro da sala, postamo-nos de
joelhos e jogamos as mãos para os céus, agradecendo aos financistas ultra-profissionais
da Faria Lima por não estarem interessados em small caps que podem dobrar de valor.
Do fundo do coração, nosso muito obrigado!
De pequenino é que se torce o pepino
Mas antes de prestar quaisquer agradecimentos, temos um longo trabalho de diligência
para encontrar os tais desvios que acusam as companhias mal-precificadas pelo mercado.
Os detalhes metodológicos do processo de análise podem ser um pouco entediantes (na
verdade, bastante entediantes, coisa de nerd mesmo). Contudo, nada nos impede de
passar aqui uma impressão geral do nosso passo-a-passo.
+ Primeiramente, nos debruçamos sobre as demonstrações financeiras, com especial
ênfase nas ITRs exigidas pela CVM, pois o rigor contábil é sempre bem-vindo. Gostamos
sobretudo de empresas que geram caixa de maneira sustentável - preferencialmente,
caixa livre ao acionista - e conseguem reduzir seu perfil de endividamento ao longo do
tempo. Mas como somos humanos (os nerds também amam), temos uma quedinha por
métricas crescentes de receita, ebitda e lucro.

+ Daí em diante, se a parte financeira nos agrada, começamos a juntar aquelas
informações sobre a empresa que julgarmos verdadeiramente relevantes. Digo isso pois
os jornalistas e o google nos oferecem, a cada segundo, um leque infinito de
informações. Porém, eu diria - sem arrogância - que 90% disso é lixo que só confunde o
investidor. No limite, se você desconfia da precisão ou relevância de determinada
manchete, tente simplesmente ignorá-la. Lembre-se: não ter nenhum mapa consigo é mil
vezes melhor do que ter um mapa com as direções erradas.
+ E como cereja (essencial) do bolo, iniciamos um trabalho de comunicação com os
stakeholders da candidata. Fornecedores, clientes, concorrentes, membros do float e o
próprio management - toda essa galera nos ajuda a entender bem o modelo de
negócios, e qual o tipo de alinhamento de interesse em jogo, se é que existe algum
alinhamento... Em última instância, tudo se resume à qualidade das pessoas envolvidas. Eu
sei que é clichê dizer esse lance das pessoas, mas e daí? Os melhores clichês têm amplo
apelo prático. E nós somos analistas de pessoas, não de planilhas. Analisamos pessoas e
escrevemos análises para pessoas. Planilhas não querem ficar ricas, pessoas querem.
Obrigado
Do fundo do coração (desta vez, sem ironia), agradeço-lhe pelo interesse neste guia
introdutório sobre as pequenas turbinadas.
Queremos realmente chamar sua atenção para os enormes ganhos escondidos dentro
do universo de small caps. Não perca essas oportunidades por preguiça, medo ou
desconhecimento.