Ninguém nasceu sabendo como investir. É importante começar do básico, como ler este
relatório. Alguns conselhos valem a pena, mais precisamente dois deles.
1) No longo prazo, o investimento em ações tende a superar outras aplicações consideradas
de menor risco, como títulos públicos, CDB e poupança. A queda estrutural da taxa básica
de juro da economia brasileira abaixo da casa de 10% dificulta uma estratégia vencedora
com uma inflação na faixa de 5%. Por outro lado, não é todo mundo que tolera investir R$
10 mil e conferir no extrato mensal que essa grana foi corroída em 15% em dois meses, para
R$ 8,5 mil. Para esses, vale a calmaria de acordar sabendo com mais precisão os valores
movimentados em conta em vez de assumir riscos e (talvez) enriquecer no futuro.
2) Use um dinheiro que não vai fazer falta no fim do mês. Não há dica infalível ou bola de
cristal e, portanto, sem garantias de que os investimentos vão triunfar. Tem gente, porém, que
está interessada em ganhar no curtíssimo prazo. É legítimo. Para estes, há o auxílio da
chamada análise técnica. Apoiar-se em previsões de trajetória de preços de uma ação, por
vezes descorrelacionada com a saúde da empresa.
Nome, CPF e RG...
Quem quer investir em ações precisa escolher uma corretora de valores. Há vários tipos de
serviços oferecidos além da intermediação em si. Assessoria de investimento, relatórios de
análises de ações, cursos de educação financeira e tutoriais para o manuseio do Home
Broker representam alguns dos subsídios oferecidos pelas instituições.
Assim como qualquer outro agente intermediário, o corretor de investimento tem um
preço. A taxa de corretagem é o valor cobrado por uma negociação no mercado. Varia
bastante em cada corretora, desde R$ 2,90 até R$ 25,00 por ordem feita no Home Broker.
Há também a taxa mensal de custódia, despesa pelo serviço de guarda das ações. Nessa
conta, as corretoras tendem a repassar ao investidor custos fixos cobrados pela própria
Bovespa: R$ 6,90 por conta ativa no sistema e R$ 3,00 pelo acesso ao sinal de cotações do
mercado. Algumas instituições chegam a isentar o investidor deste custo caso ele faça pelo
menos uma negociação no mês.
Além das cifras que incidem no intermediador, a Bovespa cobra do investidor um custo
operacional, que chega a 0,0325% para pessoas físicas.
Não existe um valor mínimo para investir. Mas colocando tais custos na ponta do lápis, deve-
se levar em conta algum cuidado para quem vai debutar na bolsa. Uma aplicação muito
pequena pode acabar sendo corroída apenas pelas despesas fixas.